sábado, 14 de junho de 2008

Entrevista - Luis Fernando Verissimo








Verissimo, o
superlativo escritor




por thiago freitas

Escritor fala sobre si, literatura, internet,
música, um novo livro e 'o pai'

"Isso é um gravador?", me pergunta Verissimo logo assim que eu coloco o aparelho de MP3 sobre a mesa à qual sentamos à beira da piscina de uma pousada no centro de Cabo Frio, para um bate-papo que duraria, sem sabermos, cerca de meia hora. Imediatamente, lembrei-me do texto dele, "O Gigolô das Palavras", no qual fazia certo sarcasmo do uso do gravador cassete ("certamente o instrumento vital da pedagogia moderna", dizia ele) por parte dos alunos do Farroupilha. Eles cumpriam a tarefa escolar de entrevistar o escritor a respeito de sua opinião sobre o estudo da Gramática no aprendizado da nossa ou de qualquer outra língua.

De certa forma, concordo com o Gay Talase, jornalista norte-americano, quando afirma que as grandes reportagens vêm gravadas no coração do repórter, não em gravadores ou pedaços de papel. Mas é perceptível, a partir de certas deixas, que esses nossos colegas do jornalismo, das gerações anteriores, vêem com certa desconfiança todo tipo de modernidade.

Por isso talvez Luis Fernando Verissimo se mostre um pouco espantado com a internet e a criação de uma nova linguagem a partir dela, além da proliferação de textos com supostas autorias que circulam dentro da grande rede, muitos com seu nome vindo abaixo como autor.

A entrevista, que se desenrolou descontraidamente como uma conversa qualquer, foi custosa no sentido de fazer se soltar essa figura singular que, embora gaúcho, carrega consigo uma timidez similar à dos mineiros.

Verissimo esteve em Cabo Frio para o lançamento do livro “Natureza Intacta & Agredida”, de Ernesto Galiotto, amigo de longas datas (se conheceram na Copa do Mundo de 1990, na Itália). O bate-papo, em seu conjunto, acrescenta a todos os fãs desse escritor - que, com todo refino, popularizou a leitura para milhões de brasileiros com crônicas que nos enchem as manhãs no ato de abrir o jornal - um pouco mais do jeito Verissimo de ser: superlativo e sintético.

Entrevistá-lo, aliás, é tarefa pela qual o repórter tem que batalhar. Educadíssimo, mas de poucas palavras (faladas), Verissimo nos obriga a pensar rápido para não deixar que em certos momentos um silenciozinho constrangedor paire no meio da conversa. O amigo e jornalista Otávio Perelló, que o entrevistou um dia antes de mim, durante um almoço na casa do Galiotto, também promete uma grande entrevista com o escritor, que será publicada no início do mês que vem na revista CIDADE. Valendo-se do seu ampliado conhecimento literário, Perelló conseguiu arrancar declarações de impacto do querido cronista, que, meio sem perceber, mergulhou na tarefa de analisar a pessoa e obra “do pai” (como se refere ao escritor Érico Verissimo, a quem, certamente, deve muito a literatura brasileira).

Lagos Alternativa - Li recentemente um pequeno texto na internet que era atribuído a você: “não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando do que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu”. Afinal, é seu?

Verissimo – Não, não é meu. O problema da internet é que está cheio de textos com a minha assinatura e que não são meus. Aliás, a maioria do que está lá nesse sentido não é de minha autoria. E é curioso, porque muitas vezes são textos bons e não entendo por qual motivo que a pessoa que escreveu não coloca o próprio nome.

LA - Você acaba ganhando a fama e o proveito.

Verissimo – Pois é. As pessoas elogiam e dizem “olha, gostei muito daquele texto seu que diz...”, e não é meu. Tem um texto chamado “O Quase”, acho que é esse, o trecho que você falou é tirado desse texto. E é um texto bom. As pessoas me elogiam por ele, e eu aceito os elogios (risos). É engraçado, porque uma vez eu estava no Salão do Livro, em Paris, há uns dois anos atrás, e uma senhora veio falar comigo que ela tinha traduzido vários autores brasileiros para o francês. Ela tinha feito um pequeno livro com traduções de Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, e tinha me incluído na seleção. Mas o texto que ela tinha escolhido era “O Quase”. E aí eu tive que falar para ele que não era meu. É um problema porque não há como controlar isso. As pessoas põem na internet o que quiserem e com a assinatura que quiserem.

LA - Você passa muito essas situações com relação à internet? Pois tem outros textos indefinidos também. Existe um que é “Ter ou Não Ter um Namorado”. Uns atribuem a Drummond, outros dizem que é de Artur da Távola, e nenhum dos dois, infelizmente, está mais aqui para poderem responder. Qual a sua opinião sobre a literatura dentro da rede de computadores, porque em outra época isso não acontecia?

Verissimo - É uma coisa que está meio fora de controle. Tem muitos textos atribuídos ao Jorge Luis Borges, também, a Marta Medeiros também tem vários que não são delas. Então não há o que fazer. A gente só fica torcendo para nunca dar algum problema, como difamar alguém e assinar com nosso nome e a gente ser responsabilizado por isso.

LA - Você tem uma produção de textos muito intensa e com temas muito diversificados, entre crônicas, poesia, romance. Como um escritor que mantém uma posição como um dos mais vendidos e mais lidos do país, qual a sua visão sobre o mercado editorial na atualidade, inclusive para aqueles escritores que estão começando agora e para os já consagrados, como você, o João Ubaldo Ribeiro, Paulo Coelho entre outros?

Verissimo – Olha, acho que está melhorando, aos poucos está ficando melhor, inclusive a garotada está lendo mais. A gente sente tudo que está sendo feito nas escolas, no ensino básico, para incentivar a leitura, torná-la uma coisa mais prazerosa. Apesar de não ter muito jeito para isso, eu sempre aceito o convite quando me chamam para ir às escolas conversar com os alunos, porque é uma forma da gente colaborar nessa briga para criar o hábito da leitura. Mas continua sendo um mercado muito limitado, apesar de tudo que tem sido melhorado. Na verdade são as limitações do Brasil. Somos um país do qual 70% da população não têm condição de consumir cultura, literatura. Portanto é um mercado muito restrito e que só vai mudar quando o Brasil mudar como um todo, quando sua economia mudar, pois é uma coisa vergonhosa 70% da população não ter, enfim, qualquer tipo de vida econômica.




[Eu, por exemplo, não conseguiria viver só com o que eu ganho com livro. Preciso ter minha atividade jornalística. Talvez o Paulo Coelho obviamente viva só dos livros]



LA - E você acha que para quem está começando no ramo da literatura, está mais fácil ou mais difícil hoje, mesmo contando com recursos como a internet? Tem muita gente publicando livros em blogs.

Verissimo – Pois é, essa é a grande novidade do mercado atual, a internet. Um veículo de divulgação para se publicar os textos, algo diferente e novo e com um público cada vez maior. Agora, publicar no Brasil da maneira tradicional, através de uma editora, isso continua difícil, porque geralmente as editoras não querem se arriscar com um autor novo, querem um autor que já seja conhecido, pois afinal de contas um livro demanda um investimento grande que requer um retorno. Por outro lado, um escritor só pode se tornar conhecido se for publicado, então entramos aí num círculo vicioso. E isso continua. O que tem muito que ajuda são esses concursos literários, que é uma maneira da pessoa se tornar conhecida, ganhar um prêmio.

LA - O caminho natural da sua geração, aliás, bem antes da sua, era sempre começar pelos jornais.

Verissimo – Certamente. Mas é bom lembrar que a profissão de escritor continua sendo uma profissão que não existe. Eu, por exemplo, não conseguiria viver só com o que eu ganho com livro. Preciso ter minha atividade jornalística. Talvez o Paulo Coelho obviamente viva só dos livros. Acho que o Rubem Fonseca também. Mas todos os outros têm uma atividade. O João Ubaldo tem coluna no jornal, trabalha para televisão. O (Carlos Heitor) Cony escreve para jornal também. Então, fica claro que é uma profissão que não existe.

LA - Mas essas atividades são uma forma de estar em contato com o público mesmo depois que o livro esfria.

Verissimo – É, isso também é bom, ajuda a se manter visível.

LA - Tem um conterrâneo seu que diz também que está vivendo apenas dos livros, o Eduardo Bueno.

Verissimo - O Peninha.

LA - Isso. Você também fez uma série de textos que era “Para Gostar de Ler”, voltado para as escolas, para o público infanto-juvenil. Isso é por acreditar que para haver um mercado editorial consistente com espaço para novos escritores primeiro são necessários novos leitores?

Verissimo - Com certeza. Isso é o que constitui um mercado editorial, o que infelizmente no Brasil não há. Você vê em um país como os Estados Unidos, existe um mercado grande para qualquer tipo de livro, não só para a boa literatura, mas também para a leitura fácil, policial etc. O importante é que exista mercado. Mesmo não sendo uma literatura de qualidade, mas que seja um mercado de literatura que permita ao escritor viver daquilo que faz, seja lá qual for o tipo de literatura dele.

LA - Quais os escritores novos que você tem visto de interessante?

Verissimo – Infelizmente eu tenho lido mais para me informar, e daí a gente acaba perdendo muito tempo com jornais e revistas, e leio muito sobre história também, política, economia, enquanto que a leitura por prazer fica meio relegada. Por isso eu conheço pouco esse pessoal novo, mas o mais novo que conheço é o José Roberto Toureiro, de que eu sempre gostei muito dele, desde o primeiro livro que li dele. Na verdade nem posso dizer que seja tão recente... O Milton Hatoum também eu gosto muito. Fora esses eu não tenho acompanhado muito, não.

LA - E qual é sua opinião sobre os chamados best-sellers? Existe a literatura feita por arte, com intuito de provocar pensamentos novos, criar inquietações no leitor. Mas são cada vez mais freqüentes as obras com o objetivo quase que exclusivo de venda. Como você vê esses produtos literários?

Verissimo – Eu acho ótimo que exista esse tipo de literatura porque movimenta, ajuda a manter o mercado editorial. Por exemplo, Paulo Coelho, que é muito discutido; é ótimo que as pessoas estejam entrando nas livrarias para comprar o livro dele, porque de rabo de olho podem acabar vendo outro livro que também as interesse... O importante é levar a pessoa para dentro da livraria. Seja para ler o Paulo Coelho, ou o Harry Potter, isso demonstra o interesse pelo livro, e eventualmente vão gostar de outro livro, da literatura de qualidade.

LA - Em o Gigolô das Palavras, você considera que a Gramática não é algo tão importante assim para a produção de um bom texto. Como que você avalia a questão da acessibilidade à linguagem, porque muitos tendem a achar que escrever bem é utilizar palavras rebuscadas e construir frases complexas?

Verissimo – Acho que há uma certa confusão entre escrever bem e escrever corretamente. Escrever corretamente seria seguir todas as regras da Gramática e não tomar liberdades com a linguagem. Já escrever bem às vezes depende da gente romper com essas regras, não obedecê-las. É claro que eu não estou pregando que as pessoas passem a escrever no sentido de não-corretamente, que ignore completamente a Gramática. Não é isso. Só acho que se deve escrever com certa liberdade, e se essa liberdade às vezes envolve agredir um pouco as regras da linguagem, então tudo bem. O importante é construir uma leitura atraente, que prenda o leitor. Muita gente discutiu isso comigo, me acusaram de estar pregando uma rebeldia contra a Gramática, mas não era bem isso. Temos é que encarar a língua com uma coisa viva e usá-la com liberdade.

LA - Agora, do seu pai, o romancista Érico Verissimo, quanto da literatura dele ou do estilo você acredita que carrega em seus textos?

Verissimo - Bom, o que ele fazia era meio diferente do que eu faço. Era romancista, embora também tenha começado fazendo contos. Mas acho que o pai foi um dos primeiros escritores brasileiros a escrever de uma maneira mais informal, um estilo influenciado pelos americanos, pelos ingleses. Na época em que ele começou, a influencia maior vinha da França, da Espanha, Portugal. E ele foi um dos primeiros a escrever uma literatura menos empolada, mais informal, e escapava também do gênero regionalista, muito em evidência naquele tempo através de Guimarães Rosa, José Lins do Rego. E ele foi diferente nesse sentido, do que tenho uma certa influência, porque tento escrever também de maneira mais informal, não muito empolada.

LA - Como que é seu ritmo de produção?

Verissimo - Durante muito tempo eu tive uma coluna diária, então tinha que ter pelo menos uma idéia por dia. Agora eu estou fazendo só três textos por semana, que saem no Zero Hora, no Estadão, no Globo e a Agência Globo distribui por entre os seus outros jornais. Tem ainda o texto que sai na revista de domingo do Zero Hora e na do Estadão.

LA - Você tem algum projeto atualmente?

Verissimo - Estou escrevendo um romance. Os meus romances, até agora foram cinco, todos foram mais ou menos encomendados. Este é o primeiro por iniciativa minha. Mas vai demorar um pouco ainda para ficar pronto. Fora isso têm os livros de crônicas, um que saiu agora há pouco, chamado “Mais Comédias Para Ler na Escola”, e um outro que vai ser lançado em breve, com crônicas mais sobre meio ambiente, política, uma coisa mais séria, mais pretensiosa. Já esse romance vai ficar pronto só lá para o ano que vem.

LA - E ele vai falar sobre o que, qual é o enredo?

Verissimo – O título provisório do romance é “Os Espiões”. Tem um pouco a ver com esse problema de publicar livro, de mercado editorial. O personagem narrador trabalha em uma editora e recebe um original misterioso pelo qual acaba se apaixonando, sem saber bem quem é o autor. Ele e outros começam uma espécie de espionagem para descobrir quem escreveu aquele original, mas é difícil de explicar porque é complicado o negócio. Não está bem definido ainda.

LA - Não sei se alguém já te disse isso, mas seus textos são tão cheios de irreverência, enquanto que você é bastante quieto, tímido. Isso é uma forma de expressar pela literatura aquilo que você não costuma falar?

Verissimo - Não sei até que ponto isso funciona como uma coisa compensar a outra. Não sei se isso é uma compensação. Conheço vários escritores extrovertidos cujas personalidades combinam com o que eles escrevem, o que não é meu caso. Eu tenho uma certa dificuldade de expressão, uma certa timidez, e isso não aparece nos textos, parece o contrário.

LA - O Vinicius de Moraes, ao que parece, era exatamente aquilo que aparecia nos textos e poemas dele, um boêmio, um ser romântico; o Drummond muito recatado, até surpreendeu a todos quando apareceu com aqueles poemas eróticos...

Verissimo – Exatamente. Tem outro exemplo também que é o Millôr Fernandes, que é brilhante tanto pessoalmente como escrevendo, a mente sempre funcionando.

LA - E como que acontece então essa sua relação com estudantes, já que você é muito convidado para comparecer em escolas? Pelo que a gente observa, seus textos são muito utilizados em livros didáticos, em provas de vestibular, de concurso. O mais interessante é que muitas vezes o mesmo texto é utilizado em séries do ensino fundamental e no superior.

Verissimo – Eu acho que o atrativo principal do texto meu é que eles são geralmente curtos, bem claros, inteligíveis, e por ali o aluno do ensino básico vai descobrindo a leitura, e acaba gostando. Mais tarde a turma maior acaba percebendo outras sutilezas que a garotada ainda não consegue entender.

LA - Você também é um escritor que trata de temas variados. Escreve sobre tudo: política, comportamento, relacionamento, meio ambiente, amor, juventude, comportamento feminino... Como que é para você essa procura, se é que você fica procurando coisas no dia-a-dia de que possa tirar um texto?

Verissimo – Bem, eu estou com 71 anos, então já vivi um pouco e tive minha própria experiência de vida, apesar de ser essa pessoa introvertida. Mas estamos sempre ouvindo os que os outros contam, vendo coisas acontecendo, lendo. Às vezes a partir de uma frase que alguém diz detona um processo de criação que pode acabar em uma história. Não existe uma forma. No entanto acredito que ajuda estar sempre atento ao que pode dar uma boa crônica. Além disso, tem muita coisa que me interessa, gosto muito de cinema, de esporte, política...

LA - E música! Todos sabem da paixão do Luis Fernando Verissimo pela música, especialmente o jazz. Como que isso começou?

Verissimo – Na verdade a música para mim foi anterior à literatura. Eu comecei a escrever bastante tarde, já com 30 anos, justamente quando eu comecei no jornal. Mas a música vem desde os 16 anos, quando aprendi a tocar o saxofone. Eu não tinha nenhuma intenção de ser músico profissional, mas sempre gostei muito da música. O que eu queria mesmo era brincar de jazzista, e de certa maneira é o que faço até hoje com minha banda [a Jazz 6]. E a banda tem músicos profissionais, o único metido a músico ali sou eu.

LA - Na área musical, você acha que a produção avançou mais do que na literatura, ou não, a literatura acabou inovando mais? Tem muita gente que diz que a música brasileira ficou ruim, que não tem mais produções do nível de um Chico Buarque e toda aquela geração.

Verissimo – Eu acho que a última grande coisa que teve na música nos últimos 30 anos foi o rock, que tomou conta de tudo e hoje é o ritmo universal, um estilo que começou com os negros norte-americanos nos Estados Unidos e depois acabou tomando conta do mundo. Acho que ele tem influenciado toda produção. Nós temos aqui no Brasil algumas exceções, porque a música brasileira é riquíssima, com muita variedade, então acho que resistiu um pouco com o rock quase que monopolizando o cenário. É muito interessante Chico Buarque, Caetano, essa turma toda, mas acredito que o grande determinante da música no mundo foi o rock, com todas suas variações.

LA - E na literatura, tem notado algum estilo novo?

Verissimo – Acho que aí o que está marcando é a linguagem do computador. Uma linguagem que criaram e que não sabemos até onde vai isso, mas temos de reconhecer que é uma tendência. Fica aquela velha história, se o livro vai desaparecer ou não. Enquanto precisarem de texto, seja para computador seja para livro, tudo bem. O chato vai ser quando aparecer um computador que também escreve (risos). Aí vamos nos tornar obsoletos.

LA - Éééé... Então tá, Verissimo. Acho que está bom, aliás, você tem que ir, né?

Verissimo – É. Mas foi bom. Você também escreve crônicas?

LA - Hummm... Escrevo! Mas não igual a você, Verissimo...

Luis Fernando Verissimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Veríssimo, iniciou seus estudos no Instituto Porto Alegre, tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá, em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos. Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, tendo cursado a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música, sendo até hoje inseparável de seu saxofone.

É casado com Lúcia e tem três filhos.

Jornalista, iniciou sua carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, em fins de 1966, onde começou como copydesk mas trabalhou em diversas seções ("editor de frescuras", redator, editor nacional e internacional). Além disso, sobreviveu um tempo como tradutor, no Rio de Janeiro. A partir de 1969, passou a escrever matéria assinada, quando substituiu a coluna do Jockyman, na Zero Hora. Em 1970 mudou-se para o jornal Folha da Manhã, mas voltou ao antigo emprego em 1975, e passou a ser publicado no Rio de Janeiro também. O sucesso de sua coluna garantiu o lançamento, naquele ano, do livro "A Grande Mulher Nua", uma coletânea de seus textos.

Participou também da televisão, criando quadros para o programa "Planeta dos Homens", na Rede Globo e, mais recentemente, fornecendo material para a série "Comédias da Vida Privada", baseada em livro homônimo.

Escritor prolífero, são de sua autoria, dentre outros, O Popular, A Grande Mulher Nua, Amor Brasileiro, publicados pela José Olympio Editora; As Cobras e Outros Bichos, Pega pra Kapput!, Ed Mort em "Procurando o Silva", Ed Mort em "Disneyworld Blues", Ed Mort em "Com a Mão no Milhão", Ed Mort em "A Conexão Nazista", Ed Mort em "O Seqüestro do Zagueiro Central", Ed Mort e Outras Histórias, O Jardim do Diabo, Pai não Entende Nada, Peças Íntimas, O Santinho, Zoeira , Sexo na Cabeça, O Gigolô das Palavras, O Analista de Bagé, A Mão Do Freud, Orgias, As Aventuras da Família Brasil, O Analista de Bagé,O Analista de Bagé em Quadrinhos, Outras do Analista de Bagé, A Velhinha de Taubaté, A Mulher do Silva, O Marido do Doutor Pompeu, publicados pela L&PM Editores, e A Mesa Voadora, pela Editora Globo e Traçando Paris, pela Artes e Ofícios.

Além disso, tem textos de ficção e crônicas publicadas nas revistas Playboy, Cláudia, Domingo (do Jornal do Brasil), Veja, e nos jornais Zero Hora, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e, a partir de junho de 2.000, no jornal O Globo.

Na opinião de Jaguar "Verissimo é uma fábrica de fazer humor. Muito e bom. Meu consolo — comparando meu artesanato de chistes e cartuns com sua fábrica — era que, enquanto eu rodo pelaí com minha grande capacidade ociosa pelos bares da vida, na busca insaciável do prazer (B.I.P.), o campeão do humor trabalha como um mouro (se é que os mouros trabalham). Pensava que, com aquela vasta produção, ele só podia levantar os olhos da máquina de escrever para pingar colírio, como dizia o Stanislaw Ponte Preta. Boemia, papos furados pela noite a dentro, curtir restaurantes malocados, lazer em suma, nem pensar. De manhã à noite, sempre com a placa "Homens Trabalhando" pendurada no pescoço."

Extremamente tímido, foi homenageado por uma escola de samba de sua terra natal no carnaval de 2.000.


Fonte: site Releituras (http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp)


A entrevista teve resumo publicado na Folha dos Lagos, em 14 de junho de 2008

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